Tem um cinema
atrás de mim!
Foi a minha frase
ao sentar na mesa.
A fumaça, o som da
pedra fervendo, o tilitar dos cristais, os talheres e uma conversa baixa onde o
prazer e o êxtase tomavam conta do ambiente.
Isso porque ainda
nem começou a minha festa.
Essa era a
atmosfera do salão.
Madame já veio a
mesa e, com toda a elegância que lhe é característica, me pôs a par da sugestão
do chef pro dia.
Lote na casca de
lagosta.
Me pareceu
fantástico; a fala dela e a maneira com que descreve quase me convenceram.
Mas declinei.
Escolhi as ostras
como entrada e um filé de St Pierre na pedra de st pere.
Afinal estou em St
pere sur vezelay.
As ostras
chegaram.
O primeiro serviço
com cinco lindas ostras frias na gelatina de agua do mar , cobertas com uma
folha de cresson.
Uma espiral de
torrada com creme de camembert.
Gemi, pois o
paladar e a permanência deles formam uma alquimia que é o que faz de Marc Meneau the best!
A sexta, no
segundo serviço, era uma ostra quente com linguiça e sopa de cebola.
Uau!
E eis que o tal prato que encantou a noite, estava agora à minha
frente.
Era o peixe sobre uma
pedra, bem quente, dentro do prato. O cozimento dele acontece sob os meus
olhos. O garçon vai regando com o caldo e a fumaca vai enebriando a sua mente.
Para acompanhar um
espinafre cru, foi o que o maitre me informou.
Não.
E não.
Não era só isso.
O espinafre no
vapor vinha com laminas de raspa crocante de laranja numa sauce, que estava ali só para dar o diferencial, e
deu.
Era uma espuma de
leite maravilhosa.
Saboreei e tentei congelar este momento.
O marido já gemeu
algumas vezes.
Esta degustando um
cosi de veau.
Como após o
bourgogne pedimos um Bordeaux, resolvemos pedir queijo.
Não estava na minha ordem do dia, mas relaxei.
Imaginei aquele
charriot com 257 queijos.
Enganei-me.
Vieram 2 somente,
enormes.
Eram assinados,
pois tinham ano e sobrenome.
Não sei se foi o
efeito do vinho mas ao colocar o primeiro pedaço do gruyere deu um frio na base
da espinha.
Gruyere 2010.
Conté 2009.
As mignardises de
enlouquecer, com diversas opções e uma grande tuille sobre uma real telha da
região.
Sobremesa:
Meu soufle de
caramelo com sorbet de laranja e salada no mesmo tema, me contornaram de
prazer.
Fui para o outro
salão para tomar o café.
Um ambiente
aconchegante com estantes e paredes lotadas de fotos e quadros de Serge
Gainsbourg me fascinam, afinal quem melhor que ele cantou:
Elisa! Elisa!
É, estou no
paraiso.
22 Grande Rue, 89450 Saint-Père, France |
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